Força Aérea Brasileira – FAB
Diante das crescentes tensões internas e dos eventos decorrentes da Segunda Guerra Mundial, o governo brasileiro criou, em 20 de janeiro de 1941, o Ministério da Aeronáutica por meio do Decreto-Lei n° 2.961. A implementação da Força Aérea Brasileira (FAB) foi acelerada pela urgência do conflito global.
Com objetivo em ações de patrulhamento oceânico e proteção de comboios marítimos, a FAB desempenhou um papel complementar à Marinha, ambas operavam tanto de forma autônoma quanto integrada à 4ª Esquadra Americana. Suas missões de patrulhamento eram fundamentais para identificar e neutralizar submarinos inimigos que ameaçavam as rotas de navegação, além de fornecer cobertura aérea para os comboios.
Bujes (2023) destaca o papel fundamental da FAB na proteção do Atlântico Sul, garantindo a segurança das rotas de abastecimento e apoiando operações aliadas. A ameaça submarina, intensificada em 1942 com ataques a navios brasileiros, foi enfrentada com determinação. Um episódio notável foi o ataque de um B-25 da FAB ao submarino italiano Barbarigo, que havia danificado o navio “Comandante Lyra”.
No decorrer do conflito mundial, o Ministério da Aeronáutica empreendeu um esforço de capacitação. Em solo brasileiro, foram formados 558 oficiais-aviadores, enquanto nos Estados Unidos, mais 281 oficiais-aviadores da reserva receberam treinamento. Cada um desses profissionais realizou, em média, mais de 150 horas de voo de instrução, além de extensa formação teórica (INCAER, internet).
A rápida expansão da FAB demandou soluções inovadoras e diante da falta de aeronaves de treinamento, em 1941, o Brasil adquiriu com os EUA a cessão de aviões adicionais. Uma operação significativa envolveu pilotos brasileiros que voaram em 103 aviões Fairchild PT-19 dos EUA para o Brasil, percorrendo 15.000 quilômetros em condições desafiadoras (INCAER, internet).
A colaboração com os Estados Unidos foi importante para o desenvolvimento operacional da FAB. Esquadrões da Aviação Naval Norte-Americana auxiliaram nas operações iniciais, enquanto as unidades brasileiras se preparavam. Gradualmente, a FAB incorporou aeronaves mais adequadas para o combate antissubmarino, incluindo modelos como o A-28 Lockheed “Hudson”, PV-1 “Ventura” e Consolidated “Catalina”.
Estrategicamente, o Ministério da Aeronáutica estabeleceu bases aéreas na extensão da costa brasileira, culminando com a criação do ‘Corredor da Vitória’, essencial para o esforço de guerra aliado, com foco nas regiões Norte e Nordeste, rota aérea importante que ligava o Brasil à África. (INCAER, internet), uma vez que até então, as bases aéreas desenvolvidas pela Aviação Militar e Naval situavam-se principalmente do Rio de Janeiro para o Sul, com exceção de Fortaleza e Belém.
O 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa), foi criado em 18 de dezembro de 1943, sendo integrada ao 350th Fighter Group (350th FG) da então United States Army Air Force (USAAF), combatendo entre 1944 a 1945, onde contribuiu significativamente para o esforço de guerra aliado. O 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa), realizou missões de ataque ao solo, a fim de atingir alvos militares estratégicos.
O impacto da FAB na guerra foi substancial. Ao longo do conflito, pilotos brasileiros realizaram aproximadamente 15 mil patrulhas, atingindo onze submarinos confirmados, além de outros ataques não confirmados. Este esforço foi capital para a defesa nacional e a segurança da navegação aliada no Atlântico Sul.
A história da FAB na Segunda Guerra Mundial é impressionante. A capacidade de adaptação e o comprometimento do Brasil com a causa aliada solidificou a FAB na defesa nacional, além de impulsionar o desenvolvimento da aviação no Brasil.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a presença da FAB foi marcada por coragem e determinação, estabelecendo as bases de uma força aérea moderna e eficaz.